Exibir Ação

Campus:
CAMPUS SOBRAL
Tipo da Ação:
Projeto
Título:
Análise do solo: ferramenta indispensável a favor da produção agrícola
Área Temática:
Tecnologia e Produção
Linha de Extensão:
Inovação Tecnológica
Data de Início:
25/10/2022
Previsão de Fim:
23/10/2023
Nº mínimo de pessoas beneficiadas:
10
Nº máximo de pessoas beneficiadas:
100
Local de Atuação:
Urbano-Rural
Fomento:
-
Programa Institucional
Nenhum
Modelo de Oferta da Atividade:
Presencial
Municípios de abrangência
Acaraú
Camocim
Cruz
Forquilha
Granja
Groaíras
Guaraciaba do Norte
Ibiapina
Meruoca
Morrinhos
São Benedito
Sobral
Tianguá
Ubajara
Viçosa do Ceará
Formas de Avaliação:
Questionário
Relatório
Debate
Reunião
Formas de Divulgação:
E-mail
Redes sociais
Atividades Realizadas:
Nome do Responsável:
Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza
Equipe:
Nome Instituição Categoria Vínculo Receberá bolsa? Horas Semanais Dedicadas Início da Participação Fim da Participação
Benedita Eleneide da Silva IFCE Integrante Discente IFCE Não 4 06/02/2023 23/10/2023
Dimitri Matos Silva IFCE Integrante Técnico Administrativo IFCE Não 10 25/10/2022 23/01/2023
Francisco Walisson do Nascimento Costa IFCE Integrante Discente IFCE Não 4 25/10/2022 23/10/2023
Ingrid Soledade Jeronimo de Araujo IFCE Integrante Discente IFCE Não 4 06/02/2023 23/10/2023
Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza IFCE Coordenador Docente IFCE Não 3 25/10/2022 23/10/2023
Parcerias:
Instituição Parceira Parceria Formalizada? Instrumento Utilizado Número do Instrumento
Orçamento:
Conta Valor
Bolsa - Auxílio Financeiro a Estudantes 0,00
Bolsa - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 0,00
Diárias - Pessoal Civil 0,00
Encargos Patronais 0,00
Equipamento e Material Permanente 0,00
Material de Consumo 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 0,00
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 0,00
Passagens e Despesas com Locomoção 0,00
Vínculos:
Ação Tipo
Apresentação
Analisar o solo é um instrumento de suma importância na agricultura, por ter uma influência direta na produção e no desenvolvimento agrícola. A necessidade de produzir cada vez mais e de forma sustentável faz com que os produtores busquem meios rentáveis para agregar valor à sua produção. O Instituto Federal do Ceará, que possui a extensão como um dos pilares para sua missão, contribui para o desenvolvimento dessas atividades de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica. O Laboratório de Análise de Solos e água para irrigação do IFCE- Campus de Sobral é vinculado ao Eixo de Recursos Naturais tendo como atividades: aulas práticas para os alunos dos cursos Superior de Tecnologia em Irrigação e Drenagem, Técnico em Fruticultura Irrigada, Técnico em Agropecuária, trabalhos de pesquisa de alunos e professores, estágios para discentes, prestações de serviços para produtores da região onde são realizas as análises físicas e químicas do solo e avaliação da qualidade da água para irrigação, bem como, projetos de extensão. Dentre as diversas atividades de extensão que já foram desenvolvidas e já concluídas no laboratório de análise de solo poderemos citar os seguintes exemplos: Produção de material didático de solos; Ensinando o solo nas escolas de Sobral; Introdução de técnicas e práticas de amostragem de solos em comunidades do Planalto da Ibiapaba e da Depressão Sertaneja visando o incremento da produtividade agrícola; Análise de solos e água para irrigação – Tecnologia a favor da produção agrícola etc. O projeto, hora proposto, visa dar continuidade as análises que já são realizadas para os produtores da região norte do estado e ao mesmo tempo buscar orienta-los sobre a correta metodologia de coleta de amostras e a interpretação dos resultados alcançados nas análises.
Justificativa
Constatou-se, através da aplicação de questionários aos produtores que trouxeram amostras de solos para análise no laboratório de análise de solo e água para irrigação do IFCE- Campus de Sobral, que dos 130 questionários aplicados em uma pesquisa somente 17% souberam responder de forma correta e qual a importância de uma análise de solo. A pesquisa, também, mostrou desconhecimento inerentes a diversos fatores tais como: importância da análise do solo para o desenvolvimento das plantas e o meio ambiente, quais análises são realizadas no laboratório e qual o correto procedimento para acondicionar e coletar amostras de solos para análises. Através dos registros de entrada de amostras de solos para análise no referido laboratório , enviadas pelos produtores da região, do número de chamadas telefônicas e e-mails recebidas por nós constata-se existir um grande interesse dos produtores em analisar o solo porem também percebe-se o desconhecimento em vários pontos como, por exemplo, a metodologia correta na coleta de amostras de solos, qual a importância de se analisar o solo visando a produtividade agrícola bem como a economia com insumos agrícolas. Baseado no exposto torna-se relevante a continuidade das analises para os produtores da região bem como ações que tenham como finalidade informar e orientar aos produtores da região norte do estado do Ceará sobre a importância de se conhecer as propriedades do solo, a sua fertilidade através de análises química e física dos solos, quais as análises realizadas no IFCE, bem como orientar e ensinar no correto procedimento de coleta de amostras de solo para análise.
Público Alvo
Produtores rurais da região norte do estado, professores e pesquisadores de outras instituições
Objetivo Geral
Promover, nos agricultores da região norte do estado do Ceará, a conscientização de que o solo é um componente do ambiente natural que deve ser adequadamente conhecido e preservado tendo em vista sua importância para a manutenção do ecossistema terrestre e sobrevivência dos organismos que dele dependem bem como a sua importância na produtividade de áreas agrícolas.
Objetivo Específico
a) Divulgar nas comunidades selecionadas, materiais didáticos sobre o tema solos e a metodologia de coleta de amostra de solos; b) Divulgar, através de palestras, junto a comunidade selecionada a importância da análise de solo e quais as análises realizadas no laboratório do IFCE; c) Ensinar aos agricultores a maneira correta de se coletar amostras de solos para análise; d) Mostrar a importância da tecnologia de coleta de amostras de solos para o sucesso de uma análise de solo; e) Analisar e gerar um laudo da análise do solo coletado f) Interpretar os resultados e divulgar entre os produtores
Metodologia
O projeto de extensão será conduzido pelo professor e coordenador do laboratório, o servidor técnico administrativo do laboratório e graduandos do curso superior em Irrigação e Drenagem que já acompanham as atividades, como voluntários, das ações desenvolvidas pelo laboratório. O projeto dará continuidade as análises de solos já realizadas no laboratório de produtores que já nos procuram para analisar os solos de suas propriedades e ao mesmo tempo serão desenvolvidas ações em uma comunidade agrícola, previamente selecionadas, sendo esta com características de agricultura familiar, na zona rural do município de Sobral. A seleção da comunidade se dará através de sugestões dos colegas do eixo de recursos naturais e da prefeitura municipal de Sobral. O projeto será desenvolvido no período de 25 de outubro de 2022 a 23 de outubro de 2023. A condução do presente projeto será divido em: 1. Continuidade das análises de solos já realizadas no laboratório de análises de solos para os produtores rurais da região norte 2. Na comunidade agrícola selecionada As ações na comunidade selecionada será realizada em cinco etapas assim enumeradas: 1ª etapa – Visita a comunidade selecionada 2ª etapa – Condução do projeto na comunidade selecionada. Esta etapa será conduzida utilizando-se a seguinte metodologia: Serão realizadas visitas para selecionar cinco produtores que terão suas áreas contempladas para a condução do projeto. A seleção dos produtores será feita através de uma entrevista semi-estruturada, onde serão levantadas as condições das lavouras, da propriedade como um todo e do conhecimento destes produtores inerentes ao solo e ao procedimento de coleta de amostra de solo para análise. Será realizado um “Dia de Campo”, onde será: 1) Será ministrado uma palestra para os membros da comunidade sobre temas inerentes ao solo como; importância do solo, importância das análises de solos visando a produção agrícola, tipos de análises de solos e metodologias de coleta de amostras de solo. 2) Será realizada a coleta de amostra de solo em cada propriedade selecionada visando ensinar a pratica da coleta. Nesta ação terá o envolvimento dos demais membros da comunidade envolvidos no projeto. Procedimento para a correta coleta de amostra de solos: A) Seleção da Área de Amostragem A área deve ser a mais homogênea possível com a finalidade de melhor representar a área amostrada. Para tal deverá ser subdividida em glebas ou talhões homogêneos. Nesta subdivisão ou estratificação, levam-se em conta a vegetação, a posição topográfica (topo do morro, meia encosta, baixada, etc.), as características perceptíveis do solo (cor, textura, condição de drenagem, etc.) e o histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade observada, uso de fertilizantes e de corretivos, etc.). Na amostragem de área com cultura perene, devem-se considerar na estratificação as variações de cultivar, idade das plantas, características do sistema de produção e, principalmente, a produtividade. B) Coleta da Amostra de Solo As coletas de solos para as análises químicas devem ser compostas por amostras simples e amostras compostas. Amostra simples é o volume de solo coletado em um ponto da gleba e a amostra composta é a mistura homogênea das várias amostras simples coletadas na gleba, sendo parte representativa desta, aquela que será submetida à análise química. Para que a amostra composta seja representativa da gleba, devem ser coletadas de 20 a 30 amostras simples por gleba. Quando as glebas forem sujeitas a maior heterogeneidade deve ser coletada um maior número de amostras simples (30 amostras). Outro aspecto fundamental é a distribuição espacial das amostras simples na gleba. As amostras simples devem ser uniformemente distribuídas por toda a gleba, o que é obtido realizando a coleta ao longo de um caminhamento em zig zag pela gleba. Maior eficiência de distribuição dos pontos de coleta é obtida em glebas menores que 10 ha, por isto recomenda-se a subdivisão das glebas muito grandes. No caso de amostragem do solo em glebas de cultura perene (fruteiras, etc.), os pontos de coleta das amostras simples devem ser localizados na área adubada, em geral, sob a projeção da copa. Havendo interesse em amostrar toda a área, devem-se amostrar separadamente a área adubada na projeção da copa e a área das entrelinhas. Para tanto, coletam-se amostras simples em cada uma das áreas para obter duas amostras compostas distintas. É importante que as amostras simples coletadas em uma gleba tenham o mesmo volume de solo. Isto se consegue padronizando a área e a profundidade de coleta da amostra simples. Obtém-se boa padronização, utilizando os instrumentos denominados trados de amostragem; no entanto, eficiência satisfatória pode ser obtida com instrumentos mais simples, tais como pá ou enxadão. Quando se utiliza pá, ou enxadão, deve-se abrir um buraco com as paredes verticais (pequena trincheira). Observando-se a profundidade de amostragem, coleta-se a amostra cortando uma fatia de 4 cm de espessura em uma das paredes do buraco. Em seguida, com o solo aderido ao instrumento, são cortadas e descartadas as porções laterais do volume de solo de forma a deixar apenas os 4 cm centrais. Deste modo, a amostra simples constituir-se-á do volume de solo contido em um prisma com arestas transversais de 4 cm e aresta vertical correspondente à profundidade de amostragem. C) Profundidade a ser coletada C.1 Para a maioria das culturas, as amostras simples são coletadas na camada de 0 a 20 cm, no entanto, deve-se levar em conta a camada de solo onde se concentra o maior volume do sistema radicular. C.2 Para pastagens já estabelecidas, por exemplo, recomenda-se a amostragem na camada de 0 a 5 cm, ou, até, 0 a 7 cm. Quando necessário, pode retirar-se outra amostra composta de 7 a 20 cm. No caso de culturas como da batata inglesa (batatinha), na qual o preparo do solo para a produção de tubérculos chega a 30 cm de profundidade, e da cana-de-açúcar, na qual o plantio é feito em sulcos profundos, recomenda-se a amostragem na camada de 0 a 30 cm, ou 0 a 35 cm. C.3 Para áreas novas, principalmente quando se pretende a implantação de culturas perenes, recomenda-se coletar as amostras simples nas camadas de 0 a 20, 20 a 40 e 40 a 60 cm. A amostragem de camadas mais profundas permitirá avaliar a necessidade da correção de impedimentos químicos ao desenvolvimento radicular, tais como: elevada acidez, elevados teores de Al3+ e baixos teores de Ca2+. As amostras simples das diferentes camadas devem ser coletadas no mesmo ponto e em igual número, obtendo-se amostras compostas para cada camada. D) Cuidados a serem observados nos pontos de coleta No ponto de coleta das amostras simples, a superfície do solo deverá ser limpa, removendo restos vegetais sem, contudo, remover a camada superficial do solo. Os pontos de coleta das amostras simples não devem ser localizados próximos a acidentes atípicos na área, como por exemplo, cupinzeiros, local de queimadas de restos culturais, local de deposição de fezes e cochos ou saleiros em áreas de pastagens. E) Épocas de amostragem A amostragem de solo pode ser feita em qualquer época do ano; no entanto, esta deve ser realizada com boa antecedência da época de plantio e, ou, adubação, considerando o tempo que decorrerá entre a amostragem e a recepção dos resultados. Além disso, recomenda-se fazer a amostragem quando o solo ainda mantém umidade suficiente para conferir-lhe friabilidade, o que facilitará a coleta das amostras simples e a homogeneização do volume de solo para obtenção da amostra composta. Para culturas perenes em produção, recomenda-se que a amostragem seja feita após o término da colheita. F) Processamento das Amostras As amostras simples devem ser reunidas em um recipiente limpo. Devem-se evitar recipientes metálicos, principalmente aqueles galvanizados, que podem acarretar contaminação das amostras, recomendando-se, preferencialmente, recipientes de plástico. O volume de solo das amostras simples deve ser cuidadosamente destorroado e perfeitamente homogeneizado, para obter uma amostra composta representativa, que deve ser constituída por um volume aproximado de 250 cm3(1/4 de litro). Este volume de solo pode ser seco à sombra e depois enviado ao laboratório. Não se recomenda que o solo da amostra composta seja peneirado. O volume de solo da amostra composta deve ser acondicionado em saco plástico limpo, ou em caixas de papelão apropriadas. A amostra composta deve ser devidamente identificada de modo que os resultados possam ser relacionados com as respectivas glebas. As etiquetas devem ser escritas a lápis e protegidas perfeitamente com plástico para que a umidade da amostra do solo não as deteriore. Assim, a etiqueta deve ficar entre dois sacos plásticos. Além disso, é importante que seja fornecido ao laboratório o nome do proprietário, o município e o nome da propriedade. Quando o laboratório apresenta sugestões de correção e de adubação, outras informações devem ser prestadas, como a cultura que será implantada ou manejada. G) Freqüência de Amostragem A freqüência de amostragem depende do manejo da propriedade e, principalmente, da intensidade da adubação aplicada. Em glebas cultivadas anualmente com uma cultura de ciclo curto e, mantida em pousio no período seco, recomenda-se pelo menos a amostragem a cada três anos. Em glebas manejadas com rotação de cultura, com maiores doses de adubação com ou sem irrigação, recomenda-se a amostragem anual. Para culturas perenes, a partir da fase produtiva, recomenda-se a amostragem anual, principalmente quando são aplicadas doses mais elevadas de fertilizantes. 3ª etapa – Conduzido no laboratório de solos 3.1) As amostras coletadas nas propriedades serão encaminhadas ao laboratório para análises químicas e físicas. As análises físicas compreenderão: a granulometria que será determinada pelo método da pipeta (GEE e BAUDER, 1986), a densidade do solo será determinada pelo método da proveta e a densidade de partículas pelo método do balão volumétrico. A porosidade total será a relação entre a densidade do solo e a densidade de partícula (EMBRAPA, 2017). As analises químicas do solo compreenderão: a reação do solo (pH) em água e cloreto de potássio (KCl 1 mol L-1). Para esta determinação será utilizada uma relação solo: líquido na proporção de 1:2,5, conforme EMBRAPA (2017). A condutividade elétrica do solo (CE) será determinada no extrato obtido na pasta de saturação com leitura direta no condutivímetro. Os cátions cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e Alumínio (Al3+) trocáveis serão extraídos por cloreto de potássio (KCl 1 mol L-1) sendo a determinação do cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+) por complexométria e a determinação do Alumínio (Al3+) por volumétrica. O potássio (K+), o sódio (Na+) trocáveis e o fósforo disponível serão extraídos com solução de Mehlich 1, a determinação do potássio (K+), o sódio (Na+) por espectrofotômetro de chama e o fósforo disponível por espectrofotometria (EMBRAPA, 2017). O carbono orgânico será determinado pelo método da oxidação da matéria orgânica via úmida com dicromato de potássio, de acordo com (EMBRAPA, 2017). A acidez potencial será extraída por acetato de cálcio tamponado a pH 7,0 e determinado por volumetria (EMBRAPA, 2017). 3.2) Com os resultados das análises serão elaborados laudos individualizados, a partir dos dados, de sugestões de recomendação de adubação e calagem, com orientações sobre o manejo da cultura predominante na propriedade. 4ª etapa – Conduzido na comunidade Nesta etapa, será realizada uma nova visita as comunidades onde serão entregues aos produtores um folder sobre a metodologia de coleta de amostra de solos e os laudos com as respectivas recomendações de adubação e calagem. Os laudos e a recomendação de adubação, produzidos no laboratório, terão como finalidade ensinar o cálculo de adubação e correção do solo de acordo com os seus laudos, procurando esclarecer as dúvidas e levantar sugestões dos mesmos para a melhoria e adequação das suas recomendações. As ações serão avaliadas através de visitas a comunidade, aplicação de questionários e relatórios de atividades. Com a proposta apresentada espera-se que os produtores ampliem os seus conhecimentos vinculando-os ás experiências vividas por eles. E que eles sejam multiplicadores do conhecimento adquirido em suas comunidades. Sabe-se, que, as medidas destacadas não são tarefas fáceis e rápidas e exigem comprometimento. É um desafio que comina no objetivo maior da educação: formar cidadãos ativos e comprometidos coma natureza e com o social.